sexta-feira, 10 de junho de 2011

Oi, tchau de novo


Depois de praticamente seis meses voltei à Universidade São Judas Tadeu, campus Mooca, pegar um documento. Foi tão estranho estar lá com o diploma em mãos (literalmente), olhando em volta, vendo velhos rostos, todos desconhecidos, ouvindo novas músicas com o fone de ouvido, sentado no mesmo lugar da praça de alimentação que sentei nos últimos quatro anos.

As pessoas ao redor me olhavam com uma expressão de desconfiança. Provavelmente por eu estar rindo sozinho, descaradamente, enquanto observava a ironia da cena. Aquele tipo de ironia que só minha mente deturpada consegue captar no ar. Ou no próprio nome da Universidade, afinal, São Judas é o padroeiro das causas perdidas e desesperadas e isso sempre me fascinou.

A vontade que tive durante minha visita foi de andar por lá, ver o que mudou desde que saí pela última vez. Mas sei que não preciso. No fundo continua tudo igual, mesmo tão diferente. Os alunos tomando aquele chá horrível, os diversos funcionários, a professora comprando torradas com geléia (manteiga não, por causa da intolerância a lactose). A sensação era de que ia chegar alguém que conheço para desabafar comigo sobre as provas e trabalhos, típicos desta época do ano.

Mas não há ninguém. Todos já se livraram desses fardos. Então fico lá, sozinho, pensando que quando sair do campus mais uma vez vou olhar para trás e dizer: “Espero nunca mais voltar aqui. Tchau, São Judas. Tomara que minha causa tenha sido perdida ou desesperada o bastante para você”.